dá à costa como se fosses
um esturjão ou um cachalote
mortos
envolvidos
a rebolar em lixo
em redes
em tudo aquilo que
se deita ao mar
para que se decomponha
e cheire a sal
e a limo.
conto carneiros antes que deus chegue
nos punhos fechados do meu irmão
mais novo, provo o sal e o refugo
e conheço os insectos que gritam
nas árvores, no calor.
este lugar é onde e é porque.
e o velho que me pede tabaco cheira
a enxofre e a mofo. é quase uma
composição mineral e fez da vida
esta memória de after-shave de
limão. amo o velho que
me pede tabaco e tenho medo que
morra uma destas noites, por isso não
deixo que o meu corpo durma.
lamento dos vultos literários.
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