31/10/2012

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Fugia à polícia e foi só por isso que não deixei que baixasses a cabeça e me abrisses a braguilha e me envolvesses a piça na boca, me lambesses o narço ao volante. A polícia tem este hábito estranho de importunar as vontades, mas a verdade é que tenho um farol de trás fundido e não me convinha ser multado. Desculpa-me ter evitado um broche enquanto conduzia, garanto-te que não foi por mal, nem sequer teve nada a ver com experiências anteriores que tivessem corrido mal. Aliás: não falemos de experiências anteriores, dos dentes alheios, que não eram os teus, e que em torno do caralho me magoavam, me arranhavam. Não falemos disso, que me incomoda, ainda que a ti não.
A polícia não nos apanhou nessa noite e a única coisa em que pensava era na grafia da palavra "piça", na minha cabeça fazia de repente mais sentido escrever "pissa", "mete-me a pissa na boca e geme", mas, de qualquer forma, já era tarde, houve outros dentes, antes, que me incomodam e maceram mais a mim do que a ti, e desinteressei-me, confesso, um pouco da actividade onanista de receber sexo oral.
Um destes dias deixo-te capares-me com os dentes, deixo-te fugir a mastigar-me a pissa, a piça, fico a contorcer-me no banco do carro, a morrer não tão devagar porque o sangue pelos bancos, pelo chão, a empapar aqueles tapetes próprios do chão dos carros, junto aos pedais europeus (acelerador, travão, embraiagem), deixo-te cuspir a pissa para dentro de um aquário, para que os peixes a comam, porque lá fora a sociedade e a noite, mas aqui, entre nós, só uma vida tão normal e ridícula, desprovida de beleza, na qual nem sequer te deixei chupares-me o caralho enquanto conduzia.

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