25/03/2015

neo-romântico

rente ao quartel onde os paneleiros ao entardecer e à noite,
onde a luz converge numa decadência,
é dinheiro para comer, nada mais, tenho em casa mulher
e dois putos e preciso de lhes pôr comida na mesa,
assim, sem mais contextos, sem mais gramáticas,
sem mais histórias e sem biografias, os paneleiros só
esfínceteres, só bocas, só piças, só dentes, só
bochechas
cuspindo esporra
nas ervas rente ao quartel quando ao entardecer
os pássaros quietos nas árvores mal aparadas

só uns trocos para o pão e para o peixe, mais nada,
não pense que há intimidade ou amor contra a parede,
rente à parede do quartel suspirando, chorando,
abraçando oferecendo o olho do cu por umas notas