16/05/2014

poesis

1938 um ano como outro qualquer, uma preocupação intestinal
como outra qualquer, no mês de fevereiro, de manhã,
logo, dia 13, às 9:53, o desconforto pouco musical
de uma ligeira desinteria, o suor frio, "estou de
caganeira!", para os outros, isto é, na voz física a
sair da boca, "estou de diarreia, caramba!", caganeira
é tão forte, tão bruto, tão assustador, assim de
caras, tão directo ao assunto, cagar a toda a
velocidade com dores nas entranhas, expelir as
fezes liquefeitas, líquenes, musgo dos intestinos, o
cu a não ter sido construído para isso, para
esse tipo de velocidade aquática, ele aguenta mas
constata-se imediatamente não ser essa a sua função
usual. e ter cuidado com as fissuras anais em
1938, a 13 de fevereiro, limpar bem o cu no fim
da caganeira, que horror!, lavá-lo com aguinha morna
e sabonete, aplicar o bálsamo de um pó-de-talco.

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